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Seu filho já te ensinou como ser grande?

  • Foto do escritor: Karla Peluci
    Karla Peluci
  • 17 de mai. de 2023
  • 4 min de leitura

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“Naquela hora chegaram-se a Jesus os discípulos e perguntaram: Quem é o maior no reino dos céus? Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: Em verdade vos digo que se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.” (Mt 18:1-4)

Eu me converti logo no início da minha pré adolescência, e muito ouvi sobre essa passagem em escolas dominicais, temas de ministrações, mas só fui entender o que ela significa mesmo agora que sou mãe de uma criança.

Mais precisamente depois de um fato que aconteceu com meu filho e vou contextualizar rapidamente pra que você possa entender.

Todos os dias meu filho volta do colégio de transporte escolar, e eu tenho o hábito de sempre perguntar a ele como foi o seu dia. Em uma sexta-feira, cumprindo meu ritual, ele me disse: " Foi tudo bem, só a parte da perua escolar que não foi legal, pois meus amigos da perua foram todos para uma festinha do fulano de tal e eu fiquei sozinho pois não fui convidado."

Logo quando eu ouvi isso, meu coração quebrou-se no meio, arregalei meu olho pra ele, e imediatamente dentro de mim veio tantos sentimentos...você que é mãe sabe o quanto temos receio que nossos filhos sejam excluídos, seja do que for, rodinhas de amizade, do jogo de futebol, do grupo de trabalho escolar e uma delas são as benditas festinhas de aniversários dos colegas.

Na hora em que ele contou, eu contive os meus mais sombrios pensamentos e parti para aquele discurso de: “Filho, isso é mais normal do que você imagina, nem sempre as pessoas irão nos chamar para tudo, a começar de uma festinha de aniversário." Em tom de comparação, peguei alguns exemplos meus: " A mamãe várias vezes não foi convidada para ocasiões especiais de colegas na adolescência."

Tentei colocar exemplos dele também como:

"Olha, veja por exemplo, quem você irá convidar este ano para sua festa de aniversário?" Ele começou a listar alguns meninos e outros não. Eu disse: " Viu só? Você também tem amigos que considera mais próximos e irá convidar pro seu, e alguns irão ficar de fora."

Mas ao mesmo tempo em que eu estava demonstrando uma profunda sabedoria para ele em como lidar com essas situações, por dentro eu estava triste, aliás muito triste. Eu estava indignada, na verdade o que eu queria mesmo era ligar pra mãe do menino e perguntar: " Como assim não convidou meu filho? Sabia que por causa desta ação você pode desencadear um trauma numa criança?" Coisas deste tipo....rsrsr

Brincadeiras a parte rs, eu fiquei ali rondando ele por horas, porque quando criança começamos a ter um certo tipo de entendimento das coisas, conforme vamos crescendo vão crescendo também as experiencias com as frustrações. E o meu maior medo ali era que ele estivesse plantando algum sentimento de rejeição, exclusão, desprezo. Então fui sondando-o, questionando e conversando em várias linhas para saber como estava se sentindo com aquela situação. Eu fui observando que ele estava bem, até que voltamos na lista dele de convidados do aniversário e ele me solta que irá convidar o fulano de tal que não o chamou para festinha.

Mais um momento em que eu me choco, arregalo meus olhos novamente em direção a ele e solto: " Mas por quê?" "Really?"

Ele: " Há mãe, eu gosto dele, pra mim é um amigão"

Eu, com meus poucos segundos para pensar na resposta dele antes de ter o cuidado em tecer a minha real opinião, digo: " Tá!" (tipo um tapa na cara né rs)

E nesta hora eu entendi Mateus 18.1 a 4. Eu, um ser adulto, preciso demais aprender com a criança que habita na minha casa. Eu com meu coração peludo, já excluiria da lista, aquele menino que não chamou meu filho para festa dele. Tranquilamente e sem dó nenhuma.

Porém, meu filho vai lá e me lembra que não devemos devolver na mesma moeda. " Ha mãe eu gosto dele é meu amigão" Tipo, tudo bem, eu continuo gostando dele e nao vai ser por isso que vou fazer igual.

O meu filho teve essa experiencia de não ser convidado pra festinha de amigos que ele considerava amigos duas vezes. Na sala dele tem 30 alunos, o convívio dele mais próximo são de 6 meninos entre os da classe e o da classe vizinha. Todos sempre convidaram, exceto esses dois porque ele ouviu no recreio, criança nao tem essa maldade então fala sem pensar, não é como nós que se fomos convidados para algo e estamos numa rodinha não saímos falando, pois não sabemos dali quem foi chamado. Mas um desses não era tão próximo, o outro ele considerava melhor amigo. E aí esse segundo deixou ele mais tristinho, porém ainda assim eu fiz o mesmo exercício de abordagem com ele, e ele manteve a resposta, manteve a postura...de que ele convidaria os meninos que não o chamaram para a festa deles.

Isto só prova o coração puro de uma criança. O coração limpo que eles ainda possuem, porque sabemos que com o tempo, esse coração vai sendo manchado aos poucos, com experiências frustrantes, com as circunstâncias que irão machucar.

O que Jesus está querendo nos mostrar em Mt 18.1-4 é que precisamos converter esse nosso coração devolta como de uma criança, ou seja, mudando a nossa forma de agir, de pensar, de encarar determinadas situações como esta. Agindo como uma criança inocente, pura, entendendo seu baixo conhecimento, reconhecendo a sua falência espiritual e incapacidade de se achegar à Deus sem um mediador, e se colocando como um eterno aprendiz diante de Deus e dos outros. Tendo humildade.

“…Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus…”

A lição deixada é que para se obter a aprovação divina em relação ao caráter, é necessário que saibamos servir uns aos outros em amor. Independente do que façam, de como agem. Como Paulo cita também em Romanos 12.21 “Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem”.

E você mãe? Seu filho já te ensinou como ser grande?

 
 
 

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