top of page

Não alimente a carência de ninguém

  • Foto do escritor: Karla Peluci
    Karla Peluci
  • 1 de mar. de 2024
  • 4 min de leitura



Todos nós temos algum grau de carência afetiva, os relacionamentos são essenciais na vida das pessoas o que consequentemente pode desenvolver certos tipos de carência.

Tenho buscado entender sobre carência afetiva e como ela pode impactar na vida das pessoas, tanto de quem tem uma carência e de quem sofre com a carência dos outros.


O que é uma carência afetiva?

Uma pessoa que está carente do ponto de vista afetivo sente falta de uma maior proximidade, de maior demonstração de carinho e atenção.


E o que causa a carência afetiva?

Ausência de cuidados, principalmente na infância. Afinal, a afetividade e o suporte emocional são funções da família e indispensáveis durante o desenvolvimento de uma criança. A sua falta pode, inclusive, afetar sua vida no futuro.


A carência afetiva está ligada ao desejo de vínculo social e pode se apresentar de maneiras muito distintas. Vamos avaliar alguns sinais que indicam esse problema:


  • dependência emocional (necessidade de outras pessoas para se sentir feliz);

  • tendência à submissão por medo de perder os relacionamentos;

  • excesso de cobranças e pressão sobre companheiros, amigos e familiares;

  • ciúmes excessivo e tentativas de controle;

  • dificuldade para defender as próprias ideias ou fazer planos individuais;

  • aceitação de relações ruins por receio de ficar sozinho;

  • sentimento de inferioridade;

  • necessidade constante de atenção.


Esses são os alguns dos sintomas mais comuns e que representam a falta que a pessoa sente de carinho e proteção. O que gera dificuldades emocionais nas próprias realações pois envolvem tristeza, vazio podendo desencadear um quadro de depressão.

São sintomas que geram conflitos interpessoais, pois nada parece suficiente dado que as expectativas que ele ou ela tem em relação à atenção e ao carinho sempre são excessivas.

Existe também a dificuldade de respeitar limites, pois a pessoa carente gera nos outros aquilo que ela gostaria de receber e isso muitas vezes transgride o limite do outro.


Infelizmente muitos do que sofrem este problema custam a buscar ajuda, e antes disto não reconhecem que são assim. Identificar e reconhecer é um primeiro passo na busca por um tratamento.

Praticar o autoconhecimento é muito importante, quando temos mais autoconhecimento, fica mais fácil evitar situações que nos são desconfortáveis, praticar o autocuidado, escolher melhor as nossas amizades e pessoas com quem desejamos nos relacionar de forma mais próxima, entre outras vantagens.


Mas o título da mensagem diz: "Não alimente a carência de ninguém."

E o que quer dizer isto?

Quem já lidou ou lida com a carência afetiva de alguém sabe o quanto isso afeta a sua vida, a convivência vai se tornando cada vez mais machucada podendo gerar uma sensação de sufocamento.

Não alimentar a carência de alguém não é desprezar, mas estabelecer limites saudáveis.

Não alimentar a carência de alguém é quando você encoraja esta pessoa a ter uma independência emocional, pois normalmente a autoestima dos dependentes emocionais é considerada muito baixa. Por isso, estes necessitam de pessoas à sua volta, afirmando o quanto são boas no que fazem ou apontando suas qualidades e constatando o quanto são bonitos, o que os torna cada vez mais dependentes daquela pessoa para ser feliz.

O ser humano tem muita necessidade de autoafirmação, de reconhecimento e aplausos, porém quando a excessividade destes comportamentos começam a aparecer, precisamos avaliar quem esta alimentando isso.

E muitas vezes, as pessoas ao redor, por não terem conhecimento, acabam se tornando potencializadoras destes sintomas. Elas correspondem a necessidade do outro com estímulos errados, o que desenvolve também uma dependência de sempre precisarem responder a necessidade de afirmação do outro.

É como colocar lenha na fogueira quando agimos em acordo com quem tem uma carência afetiva.


Como evitar que sejamos pontencializadores das carências dos outros?

Além de encorajar a independência emocional é preciso promover a comunicação aberta que significa ter uma conversa onde se pode compartilhar seu ponto de vista honestamente e tê-lo considerado de maneira construtiva.

É importante incentivar a busca de apoio profissional e espiritual.

Ajustar as expectativas da pessoa carente em relação ao que ela espera também é importante para não alimentar esta carência.

Bater palmas demais é perigoso para quem tem grande inclinação a si mesmo. E quando entramos no campo da psicologia, podemos dizer que pessoas com carência afetiva podem se tornar narcisistas. Pois um narcisista possui um alto nível de egoísmo, vaidade e orgulho.


Quando entramos no campo bíblico, a pessoa que tem carência afetiva gera uma dependência emocional amarrada a alguém. Aqui é importante que se compreenda como Deus vê a dependência e que as raízes deste mal têm relação com a falta de intimidade com Deus. Este precisa compreender que a dependência emocional não pode ser caracterizada como um sentimento de amor descontrolado e inocente, mas que deve ser identificada como idolatria (a algo ou alguém), e que causa graves consequências em sua vida, tanto psicológica, social quanto espiritualmente.


Timothy Keller em seu livro "Deuses Falsos" fala a respeito da idolatria:

“A resposta bíblica é que o coração humano é uma “fábrica de ídolos”(...) O coração humano toma coisas boas, como uma carreira profissional bem-sucedida, o amor, os bens materiais e até a família e os converte em coisas essenciais. Nosso coração as endeusa como o centro de nossa vida, porque, conforme pensamos, elas são capazes de nos dar significado e segurança, proteção e realização, se as alcançarmos."


Os ídolos nada mais são do que vícios espirituais que levam um mal terrível à vida do adorador. Assim, qualquer coisa que seja considerada mais importante do que Deus, que domina o seu coração e a sua imaginação, é considerado um ídolo.


Dar a dimensão desta grave constatação á pessoa carente também será uma forma de auxiliá-la em sua busca por cura.


Tenhamos cuidado no manuseio das pessoas com carência afetiva, que possamos contribuir de forma positiva em sua cura com ações sensatas, sem bajulações, mas com demonstrações de afeto na medida certa e nunca na mesma intensidade de que elas esperam.

A cura destas pessoas e nem de ninguém deve ser um outro alguém.

A cura só é possível quando direcionamos toda e qualquer necessidade em quem pode e tem poder de nos curar, Deus. O único capaz de nos suprir, preencher, e sarar.



















 
 
 

Comentários


©2021 por aproveiteajornada. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page